Antes de falarmos sobre classificação contábil, precisamos entender que o objetivo da contabilidade é registrar todos os fatos que acontecem dentro de uma empresa.  

Quando uma empresa é criada, ela tem uma série de obrigações para cumprir e uma delas é registrar todas as suas operações dentro dos livros contábeis. E, para registrar essas operações, utiliza-se o plano de contas.

O plano de contas nada mais é do que um conjunto de todas as contas da empresa e suas nomeações. Dentro de todo livro contábil, cada movimentação é organizada para informar seu tipo, ou seja, sua classificação.

Então, a ideia deste artigo é te ajudar a entender como essa classificação contábil acontece de forma simples e prática.

O que é classificação contábil? 

A classificação contábil é uma prática onde a empresa categoriza todas as suas operações, organizando-as num plano de contas. Essa organização é muito importante para registrar como a empresa entende cada movimentação que ela faz a fim de nortear seus resultados econômicos e financeiros.  

Depois, essas informações são registradas nos livros que dão origem aos demonstrativos contábeis e gerenciais, como o Balanço Patrimonial e o DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício), por exemplo. 

Quando falamos de organização, certamente, você já tem familiaridade com isso, não é? Ao organizar os produtos na gôndola, por exemplo, você precisa garantir que cada mercadoria esteja na prateleira certa. Afinal, se alguém tirasse uma foto dessa organização, já entenderia facilmente a categoria de cada produto. 

Então, vamos imaginar que cada operação dentro da empresa é um “produto”, o plano de contas é a “gôndola”, as contas contábeis são as “prateleiras” e o livro contábil é a “foto” tirada no final de tudo. 

Fazer a classificação contábil é o mesmo que organizar todas as operações de modo que o livro contábil reflita o que é relacionado ao patrimônio, o que são as obrigações financeiras, quais são as despesas e o que tem de recebimento com as vendas. 

E como classificar cada conta contábil de uma empresa? Continue lendo para descobrir.

Como a classificação contábil deve ser feita? 

Para fazer a classificação contábil, primeiro, é preciso criar o plano de contas da empresa para definir em qual categoria cada operação se encaixa. Por isso, existe uma estrutura básica para todo plano de contas, que está classificado em 6 grandes grupos: ativos, passivos, receitas, custos, despesas e transitórias.

E o que significa cada um desses grupos? 

1. Ativo 

São as contas que fazem parte do patrimônio da empresa. Elas podem ser divididas em: 

  • circulante: que podem ser movimentadas em menos de 1 ano (como estoque, dinheiro em caixa, aplicações financeiras com liquidez imediata, entre outros); 
  • não-circulante: a movimentação é superior a 2 anos (como bens e direitos da empresa, duplicatas a receber a longo prazo, empréstimo compulsório, etc) ; 
  • ativo imobilizado (bens e imóveis). 

2. Passivo 

São as obrigações financeiras da empresa, que podem ser divididas em: 

  • circulante: obrigações de curto prazo, com até 1 ano para pagar (como contas de energia elétrica, pagamento de salário, obrigações tributárias, etc); 
  • não-circulante: obrigações de longo prazo, com pagamentos acima de 1 ano (como financiamento de impostos, imposto de renda, empréstimos bancários, etc; 
  • patrimônio líquido (capital social). 

3. Receita 

São os recebimentos da venda dos produtos e serviços. As contas classificadas como receita podem ser dividas em: 

  • operacionais: aquelas diretamente relacionadas ao produto ou serviço (como venda de uma mercadoria ou serviço, recebimento de mensalidades, etc); 
  • não operacionais: receitas que não tem relação com a operação do negócio (como doações, indenização de seguros, etc). 

4. Custo

São as contas relacionadas aos gastos com a produção, comercialização de produtos ou prestação de serviços. Também podem ser divididas em:

  • custos com materiais: quando estão relacionados com insumos e gastos com a distribuição de mercadoria (como energia da loja, materiais de embalagens, etc) ;
  • custos com mão de obra: quando estão relacionados (como folha de pagamento do setor de produção, pagamentos de frete, etc). 

5. Despesa

São as contas necessárias para manter o funcionamento da empresa, sem relação direta com à produção ou com a aquisição de mercadorias. Também podem ser divididas em:

  • operacionais: quando estão relacionadas à operação do negócio (como folha de pagamento do setor administrativo, gastos com material de escritório, etc);
  • não operacionais: quando não tem relação direta com as operações (como juros sobre empréstimos, provisão de contingências, etc).

6. Transitória

São as contas usadas em situações esporádicas. Elas servem para demonstrar contabilmente a obrigação e/ou direito, mas não interferem diretamente nos resultados contábeis. Um exemplo pode ser o pagamento de despesa da empresa matriz para a sua filial.

Conclusão

Em síntese, a classificação contábil é a prática de categorizar todas as contas contábeis de débito e crédito da empresa para informar o tipo de operação. Então, quando você vincula cada operação a uma conta contábil específica, você faz uma classificação contábil. Por fim, essa categorização influencia nos resultados apresentados nos relatórios contábeis e gerenciais. 

Por isso, caso queira alterar a conta contábil de alguma operação, é muito importante buscar orientação da sua contabilidade. Assim, você garante a correta emissão dos seus livros contábeis.

Precisa de um ERP completo para te auxiliar a categorizar todas as contas e manter tudo atualizado? Entre em contato com um de nossos consultores agora mesmo!